HISTÓRICO
A
Datiloscopia possui cinco princípios fundamentais: perenidade,
imutabilidade, variabilidade, a praticidade e a classificabilidade. O
termo “Datiloscopia” foi criado pelo argentino Francisco Latzina
em 1894.
A grande
vantagem do método datiloscópico é justamente sua aplicação à
população civil. Nesse sentido, Aurélio Buarque de Holanda define
a Datiloscopia como o “sistema de identificação por meio das
impressões digitais”, essa definição tem um caráter mais
técnico e menos preconceituoso.
Somente
em 1664 com os trabalhos científicos do italiano Marcello Malpighi,
doutor em medicina e filosofia, biólogo, fundador da anatomia
microscópica, que as impressões digitais passaram a ser estudadas
de forma científica.
Em 1788,
o alemão Johann Christoph Andréas Mayer ao afirmar que “as
combinações das cristas papilares nunca se duplicam”, seria o
primeiro a detectar o princípio da Variabilidade (ou Unicidade), que
só seria confirmado em 1877, pelas observações de Willian J.
Herschel, e posteriormente utilizado por Francis Galton.
Mas foi a
partir de 1823 (até então as impressões digitais ainda não tinham
sido empregadas com o objetivo de identificar as pessoas) que
Johannes Evangelist Purkinje, médico, professor de fisiologia e
patologia, descreveu e classificou em seu livro as impressões
digitais em nove tipos.
Em 1856,
José Engel publicaria o “Tratado do desenvolvimento da mão
humana”, e como previsto por Purkinje, reduziu esses nove tipos
em apenas quatro (Kehdy, 1962, p. 39), servindo de base para os
estudos de Vucetich, além de afirmar que os desenhos digitais
existem desde o sexto mês da vida fetal, base do princípio da
Perenidade. Era a primeira tentativa de classificação científica
que serviria de base também a Mateo Francisco Alix, anatomista
francês, que em 1868 expôs a forma dos desenhos plantares em seu
artigo de 1867.
Mas foi
apenas em 1877 que Willian Herschel usou oficialmente, pela primeira
vez, as impressões digitais para identificar os nativos na Índia,
quando estava no governo de Bengala, onde era comum usar as
impressões digitais para contratar e pagar funcionários. Até então
ele não se preocupava com a classificação das impressões
digitais, pois o objetivo era apenas evitar pagar 2 vezes o mesmo
funcionário. Posteriormente, Herschel aplicou este raciocínio nas
prisões com o fim de reconhecer os reincidentes que usavam nomes
diferentes. Devido à eficácia desse método de identificação, a
Índia Inglesa sancionou uma lei para uso desse sistema.
À mesma
época foram desenvolvidos os trabalhos de Henry Faulds, médico
escocês que fundou o Hospital Tsukiji em Tóquio, Japão, em 1875.
Nesse período, dois casos teriam importância significante na vida
de Faulds. Perto de sua casa um ladrão escalou uma parede e deixa
ali suas impressões digitais. A polícia encaminha-lhe uma segunda
pessoa e Faulds confirma sua identidade, ao afirmar serem suas
impressões as mesmas encontradas na cena do crime. Posteriormente
ocorre outro furto na casa de um vizinho seu. A polícia recorre a
Faulds e no local do crime ele encontra as impressões do ladrão,
devido ao suor de suas mãos. Confrontando-as com as de seu arquivo
particular, diante dessa evidência o criado confessa o crime. Esse
arquivo particular foi considerado o primeiro banco de dados
de impressões. Assim, pela primeira vez na história da
Datiloscopia, são descobertos autores de crimes por meio das
impressões digitais.
Faulds
foi o primeiro a conceber a ficha decadactilar ao coletar as
impressões digitais, utilizando-se de tinta e de uma placa de
estanho e foi também o primeiro a apontar as formações papilares
nos dedos das múmias.
Francis
Galton, médico e antropólogo, nasceu na Inglaterra. Primo-irmão de
Charles Darwin, ele tinha suas pesquisas voltadas para o campo da
antropologia e nenhum relacionamento com a área criminológica. Em
seu livro “Fingerprints” (Campbell, 1998), Galton explorou os
estudos dos aspectos hereditários das impressões digitais.
Em 1880,
Galton tomou conhecimento dos trabalhos de Henry Faulds e Willian
Herschel e encontrou nos trabalhos de Purkinje as bases para sua
classificação datiloscópica. Uma das grandes obras de Galton foi
sintetizar os conhecimentos e trabalhos de seus antecessores.
Em 1901,
juntamente com Karl Pearson, Galton funda a revista Biometrika, que
visava estudar estatisticamente os problemas biológicos, e assim
estava criado o termo “Biometria”. O objetivo principal da
biometria era obter material que conseguisse dar um grau de precisão
suficientemente grande para se medirem as mudanças incipientes na
evolução.
O modelo da ficha
decadactilar de Vucetich, onde as impressões digitais são
impressas, consistia numa folha de papel de 20 x 9 cm, dividida em 2
partes, sendo que na inferior ficariam os dedos da mão direita e na
superior a mão esquerda, dos polegares aos mínimos, dispensando o
uso das simultâneas. Originalmente a ficha reservava as seguintes
dimensões para os dedos (Kehdy, 1962, p. 317):
- Polegares: 35 mm;
- Indicadores: 30 mm;
- Médios: 30 mm;
- Anulares: 30 mm;
- Mínimos: 25 mm.
Atualmente usamos
praticamente a mesma ficha, apenas com o detalhe que invertemos a
posição das mãos, a direita é a superior e a esquerda a inferior,
e, em seu verso, coletamos as impressões dos dez dedos
simultaneamente.
Planilha Datiloscópica
adotada pelo Instituto Nacional de Identificação
|
NO
BRASIL
Foi
realizado pelo Instituto Nacional de Identificação um histórico
completo sobre a identificação no Brasil e está disponível no
link abaixo.
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