sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Parte histórica da Datiloscopia

HISTÓRICO

A Datiloscopia possui cinco princípios fundamentais: perenidade, imutabilidade, variabilidade, a praticidade e a classificabilidade. O termo “Datiloscopia” foi criado pelo argentino Francisco Latzina em 1894.

A grande vantagem do método datiloscópico é justamente sua aplicação à população civil. Nesse sentido, Aurélio Buarque de Holanda define a Datiloscopia como o “sistema de identificação por meio das impressões digitais”, essa definição tem um caráter mais técnico e menos preconceituoso.

Somente em 1664 com os trabalhos científicos do italiano Marcello Malpighi, doutor em medicina e filosofia, biólogo, fundador da anatomia microscópica, que as impressões digitais passaram a ser estudadas de forma científica.

Em 1788, o alemão Johann Christoph Andréas Mayer ao afirmar que “as combinações das cristas papilares nunca se duplicam”, seria o primeiro a detectar o princípio da Variabilidade (ou Unicidade), que só seria confirmado em 1877, pelas observações de Willian J. Herschel, e posteriormente utilizado por Francis Galton.

Mas foi a partir de 1823 (até então as impressões digitais ainda não tinham sido empregadas com o objetivo de identificar as pessoas) que Johannes Evangelist Purkinje, médico, professor de fisiologia e patologia, descreveu e classificou em seu livro as impressões digitais em nove tipos.

Em 1856, José Engel publicaria o “Tratado do desenvolvimento da mão humana”, e como previsto por Purkinje, reduziu esses nove tipos em apenas quatro (Kehdy, 1962, p. 39), servindo de base para os estudos de Vucetich, além de afirmar que os desenhos digitais existem desde o sexto mês da vida fetal, base do princípio da Perenidade. Era a primeira tentativa de classificação científica que serviria de base também a Mateo Francisco Alix, anatomista francês, que em 1868 expôs a forma dos desenhos plantares em seu artigo de 1867.

Mas foi apenas em 1877 que Willian Herschel usou oficialmente, pela primeira vez, as impressões digitais para identificar os nativos na Índia, quando estava no governo de Bengala, onde era comum usar as impressões digitais para contratar e pagar funcionários. Até então ele não se preocupava com a classificação das impressões digitais, pois o objetivo era apenas evitar pagar 2 vezes o mesmo funcionário. Posteriormente, Herschel aplicou este raciocínio nas prisões com o fim de reconhecer os reincidentes que usavam nomes diferentes. Devido à eficácia desse método de identificação, a Índia Inglesa sancionou uma lei para uso desse sistema.

À mesma época foram desenvolvidos os trabalhos de Henry Faulds, médico escocês que fundou o Hospital Tsukiji em Tóquio, Japão, em 1875. Nesse período, dois casos teriam importância significante na vida de Faulds. Perto de sua casa um ladrão escalou uma parede e deixa ali suas impressões digitais. A polícia encaminha-lhe uma segunda pessoa e Faulds confirma sua identidade, ao afirmar serem suas impressões as mesmas encontradas na cena do crime. Posteriormente ocorre outro furto na casa de um vizinho seu. A polícia recorre a Faulds e no local do crime ele encontra as impressões do ladrão, devido ao suor de suas mãos. Confrontando-as com as de seu arquivo particular, diante dessa evidência o criado confessa o crime. Esse arquivo particular foi considerado o primeiro banco de dados de impressões. Assim, pela primeira vez na história da Datiloscopia, são descobertos autores de crimes por meio das impressões digitais.

Faulds foi o primeiro a conceber a ficha decadactilar ao coletar as impressões digitais, utilizando-se de tinta e de uma placa de estanho e foi também o primeiro a apontar as formações papilares nos dedos das múmias.

Francis Galton, médico e antropólogo, nasceu na Inglaterra. Primo-irmão de Charles Darwin, ele tinha suas pesquisas voltadas para o campo da antropologia e nenhum relacionamento com a área criminológica. Em seu livro “Fingerprints” (Campbell, 1998), Galton explorou os estudos dos aspectos hereditários das impressões digitais.

Em 1880, Galton tomou conhecimento dos trabalhos de Henry Faulds e Willian Herschel e encontrou nos trabalhos de Purkinje as bases para sua classificação datiloscópica. Uma das grandes obras de Galton foi sintetizar os conhecimentos e trabalhos de seus antecessores.

Em 1901, juntamente com Karl Pearson, Galton funda a revista Biometrika, que visava estudar estatisticamente os problemas biológicos, e assim estava criado o termo “Biometria”. O objetivo principal da biometria era obter material que conseguisse dar um grau de precisão suficientemente grande para se medirem as mudanças incipientes na evolução.

O modelo da ficha decadactilar de Vucetich, onde as impressões digitais são impressas, consistia numa folha de papel de 20 x 9 cm, dividida em 2 partes, sendo que na inferior ficariam os dedos da mão direita e na superior a mão esquerda, dos polegares aos mínimos, dispensando o uso das simultâneas. Originalmente a ficha reservava as seguintes dimensões para os dedos (Kehdy, 1962, p. 317):

- Polegares: 35 mm;
- Indicadores: 30 mm;
- Médios: 30 mm;
- Anulares: 30 mm;
- Mínimos: 25 mm.

Atualmente usamos praticamente a mesma ficha, apenas com o detalhe que invertemos a posição das mãos, a direita é a superior e a esquerda a inferior, e, em seu verso, coletamos as impressões dos dez dedos simultaneamente. 

Planilha Datiloscópica adotada pelo Instituto Nacional de Identificação


NO BRASIL

Foi realizado pelo Instituto Nacional de Identificação um histórico completo sobre a identificação no Brasil e está disponível no link abaixo.




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