Olá,
pessoas. Como estão?
Na
última aula, do dia 16 de outubro, tivemos muitas questões para serem pensadas
e a ideia desse post é elencar o que foi debatido em sala de aula, para que
assim nos auxilie no processo de aprendizado. Então vamos lá...
O
professor entregou para cada grupo um documento e pediu que fizéssemos uma
análise. O documento que recebemos foi essa “Tarjeta Postal” que está na imagem
abaixo (frente e verso):
Apesar
de termos visto que alguns de nossos colegas optaram por analisar primeiramente
o cartão-postal e em seguida a foto em separado, optamos por fazer diferente. Observamos que apesar de a foto ser o que mais nos chamou
atenção, na parte de trás havia informações mais relevantes e que até
contextualizavam o uso da foto no documento. Então analisamos o documento como
sendo unicamente o cartão-postal, por consideramos que a foto é parte
integrante do cartão.
Logo em seguida está a proposta de análise que
fizemos (obviamente com equívocos que serão consertados em seguida).
Proposta de
análise diplomática e tipológica
1. Análise Diplomática.
1.1 Caracteres
internos:
a- Denominação do documento: Cartão-postal
Celebrativo
b- Denominação da Espécie: Cartão-postal
c- Local: Santiago do Chile
d- Conteúdo: O cartão-postal faz parte do projeto
resgate do patrimônio do regime militar (1973-1976)
e- Signos especiais: Logomarca da Universidade de
Santiago do Chile e do Arquivo Patrimonial da Universidade
f- Autor do ato: Arquivo Patrimonial da
Universidade de Santiago do Chile
1.2 Caracteres Externos:
a- Gênero:
Textual e imagético
b- Suporte:
Papel
c- Formato:
Cartão
d- Forma:
Original múltiplo
1.3 Trâmite:
a- Produtor: Universidade de Santiago do Chile
b- Receptor: Não há destinatário postal, o receptor
pode ser o professor que o recebeu em decorrência de sua participação em evento
na Universidade.
1.4 Observação:
- Função
administrativa: Divulgar o projeto de resgate do patrimônio fotográfico da
Universidade Técnica do Estado no Regime Militar
2. Análise Tipológica:
a- Local
onde se conserva: No arquivo da disciplina, o qual pertence ao professor André.
b- Motivo de guarda: Com a finalidade de utilizá-lo
em sala de aula.
c- Acesso à documentação: Somente pessoas
autorizadas.
OBS: Em relação ao
contexto, partimos do pressuposto que o cartão foi recebido pelo professor como
divulgação e foi utilizado como material didático.
d- Interessados:
Os alunos
3. Análise da Autenticidade: O documento pode ser considerado autêntico. Ele foi utilizado com o objetivo que foi criado, ou seja, divulgar o projeto, além disso, foi emitido pelo órgão competente, supostamente seguindo os trâmites para emissão.
Veracidade: As informações contidas no
cartão-postal parecem ser verdadeiras, pois não há indício de que elas foram
alteradas.
Sinais de validação: As logomarcas do emissor e
dos patrocinadores.
Vamos aos questionamentos...
- As
principais questões arquivísticas em cima do documento modelo utilizado em sala
No decorrer da aula, o professor corrigiu o que
havíamos feito e nos levou a considerar questões necessárias para uma boa
análise.
Consideramos que o cartão estava divulgando uma
data comemorativa, pois continha o nome de um conjunto musical, um local e uma
data, por isso, consideramos que sua denominação fosse “Cartão-postal
celebrativo”, entretanto percebemos que esse cartão na verdade não é
celebrativo, ele é publicitário e tem como objetivo a divulgação de um projeto.
Além
disso, tínhamos considerado que o motivo de guarda do cartão-postal pelo prof.
André seria para utilizá-lo em sala de aula, entretanto esse motivo não prova
nenhuma ação e/ou atividade exercida pelo professor; dessa forma, não
poderíamos ter considerado que seria um documento de arquivo. Esse
equívoco, nos levou a realizar a análise tipológica do cartão, mesmo ele não
podendo ser considerado um documento de arquivo do professor.
Uma
discussão importante realizada em sala foi em relação à cadeia de custódia,
pois diante da afirmação de que “a mudança de suporte não garante preservação
da cadeia de custódia”, discutimos sobre o projeto descrito no cartão-postal,
que visa resgatar o patrimônio fotográfico da Universidade Técnica do Estado no
Regime Militar realizado pelo Arquivo Patrimonial da Universidade de Santiago
do Chile por meio da criação desses cartões-postais. Assim, o que estávamos
analisando na verdade não era o acervo fotográfico, mas sim o cartão-postal que
contém uma foto que pertence a esse acervo. O contexto arquivístico da foto
pode ser perde nesse processo.
Nesse
sentido, o professor citou um software livre chamado Archivematica idealizado
por Daniel Flores e que, diferentemente de outros software, se preocupa com a
observância dos princípios arquivísticos, e dessa forma garante que a cadeia de
custódia seja mantida.
O
professor André alertou para o fato de que a análise tipológica é realizada
sobre as séries documentais, diferentemente da análise diplomática que é
realizada sobre um documento avulso. E destacou também a importância da análise
do contexto arquivístico do documento, análise que descreve o motivo pelo qual
o documento foi guardado e qual o valor de prova esse documento tem para o seu
produtor arquivístico. Dessa forma, somente depois dessa análise é que podemos
partir para a análise tipológica do documento.
- A discussão sobre o controle de
vocabulário em cima dos elementos de análise Diplomática (espécie, formato,
forma, gênero, etc).
Durante
a discussão em aula o professor nos alertou quanto a utilização de vocabulário
usado para definir os elementos de uma análise diplomática. Nosso grupo
trabalhou com o elemento “denominação do documento” entretanto percebemos que
fica melhor utilizar “título” e que esse elemento deve ser utilizando quando de
fato se quer inseri-lo como um elemento. Outro elemento foi “denominação da
espécie”, podemos utilizar apenas “espécie”. Foi esclarecido que o título do
documento não é a melhor opção para denominar o documento, mas sim a espécie.
Observamos
que o elemento espécie é aquele que define o documento, ou seja, apresenta
“quem é o documento”, ele é o mais importante e deve ser o primeiro a ser
analisado. O segundo elemento mais importante é o formato, que muitas vezes se
confunde com a espécie documental, além disso, o professor explicou que a
dimensão do documento é parte do formato. O terceiro campo seria o gênero. Em
seguida os sinais de validação e os demais.
Em
relação à espécie documental, discutimos a questão de ter sido considerada, no
caso da imagem da embalagem da caixa de suco, a espécie como sendo fotografia;
mas aprendemos que fotografia é uma técnica e não a espécie.
Na
nossa análise consideramos apenas os gêneros textual e imagético, esquecemos do
gênero publicitário.
- As questões probatórias em cima do
documento, bem como a análise de conteúdo e função do mesmo.
O
professor explicou que o fato de constar logomarcas de instituições num
documento não quer dizer que elas podem ser consideradas, em absoluto, sinais
de validação autênticos, pois logomarcas podem ser facilmente falsificadas, e
já aprendemos que documentos falsificados, nunca serão considerados autênticos.
Um
equívoco comum cometido pelos alunos é a tendência de confundir a análise do
“conteúdo” com a análise da “função administrativa” do documento. Nesse sentido
o prof. André destacou que na análise da imagem da embalagem da caixa de suco,
tendemos a dar mais importância ao conteúdo da embalagem (marca do suco, suco
de morango que tem uma foto de uma maça, ingredientes, etc), do que a função
administrativa da imagem, que no caso, a imagem foi criada pelo professor André
para ser utilizada em sala de aula como exemplo de um documento digital
(destacando a utilização das informações contidas nos metadados para a análise
diplomática e tipológica do documento).
Nenhum comentário:
Postar um comentário