sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Discutindo sobre...

  

Olá, pessoas. Como estão?
Na última aula, do dia 16 de outubro, tivemos muitas questões para serem pensadas e a ideia desse post é elencar o que foi debatido em sala de aula, para que assim nos auxilie no processo de aprendizado. Então vamos lá...

O professor entregou para cada grupo um documento e pediu que fizéssemos uma análise. O documento que recebemos foi essa “Tarjeta Postal” que está na imagem abaixo (frente e verso):


Apesar de termos visto que alguns de nossos colegas optaram por analisar primeiramente o cartão-postal e em seguida a foto em separado, optamos por fazer diferente. Observamos que apesar de a foto ser o que mais nos chamou atenção, na parte de trás havia informações mais relevantes e que até contextualizavam o uso da foto no documento. Então analisamos o documento como sendo unicamente o cartão-postal, por consideramos que a foto é parte integrante do cartão.
Logo em seguida está a proposta de análise que fizemos (obviamente com equívocos que serão consertados em seguida).

Proposta de análise diplomática e tipológica
1. Análise Diplomática.
1.1   Caracteres internos:
      aDenominação do documento: Cartão-postal Celebrativo
           b- Denominação da Espécie: Cartão-postal
           c-   Local: Santiago do Chile
          d-  Conteúdo: O cartão-postal faz parte do projeto resgate do patrimônio do regime militar (1973-1976)
          e- Signos especiais: Logomarca da Universidade de Santiago do Chile e do Arquivo Patrimonial da Universidade
    f-  Autor do ato: Arquivo Patrimonial da Universidade de Santiago do Chile

1.2   Caracteres Externos:
a-   Gênero: Textual e imagético
b-  Suporte: Papel
c-   Formato: Cartão
d-   Forma: Original múltiplo

1.3   Trâmite:
         a-  Produtor: Universidade de Santiago do Chile
       b- Receptor: Não há destinatário postal, o receptor pode ser o professor que o recebeu em decorrência de sua participação em evento na Universidade.

1.4 Observação:
- Função administrativa: Divulgar o projeto de resgate do patrimônio fotográfico da Universidade Técnica do Estado no Regime Militar

2. Análise Tipológica:
    a-    Local onde se conserva: No arquivo da disciplina, o qual pertence ao professor André.
    b-   Motivo de guarda: Com a finalidade de utilizá-lo em sala de aula.
    c-  Acesso à documentação: Somente pessoas autorizadas.
OBS: Em relação ao contexto, partimos do pressuposto que o cartão foi recebido pelo professor como divulgação e foi utilizado como material didático.
    d-   Interessados: Os alunos

3. Análise da Autenticidade: O documento pode ser considerado autêntico. Ele foi utilizado com o objetivo que foi criado, ou seja, divulgar o projeto, além disso, foi emitido pelo órgão competente, supostamente seguindo os trâmites para emissão.
Veracidade: As informações contidas no cartão-postal parecem ser verdadeiras, pois não há indício de que elas foram alteradas.
Sinais de validação: As logomarcas do emissor e dos patrocinadores.

Vamos aos questionamentos...
- As principais questões arquivísticas em cima do documento modelo utilizado em sala
No decorrer da aula, o professor corrigiu o que havíamos feito e nos levou a considerar questões necessárias para uma boa análise.
Consideramos que o cartão estava divulgando uma data comemorativa, pois continha o nome de um conjunto musical, um local e uma data, por isso, consideramos que sua denominação fosse “Cartão-postal celebrativo”, entretanto percebemos que esse cartão na verdade não é celebrativo, ele é publicitário e tem como objetivo a divulgação de um projeto.
Além disso, tínhamos considerado que o motivo de guarda do cartão-postal pelo prof. André seria para utilizá-lo em sala de aula, entretanto esse motivo não prova nenhuma ação e/ou atividade exercida pelo professor; dessa forma, não poderíamos ter considerado que seria um documento de arquivo. Esse equívoco, nos levou a realizar a análise tipológica do cartão, mesmo ele não podendo ser considerado um documento de arquivo do professor.
Uma discussão importante realizada em sala foi em relação à cadeia de custódia, pois diante da afirmação de que “a mudança de suporte não garante preservação da cadeia de custódia”, discutimos sobre o projeto descrito no cartão-postal, que visa resgatar o patrimônio fotográfico da Universidade Técnica do Estado no Regime Militar realizado pelo Arquivo Patrimonial da Universidade de Santiago do Chile por meio da criação desses cartões-postais. Assim, o que estávamos analisando na verdade não era o acervo fotográfico, mas sim o cartão-postal que contém uma foto que pertence a esse acervo. O contexto arquivístico da foto pode ser perde nesse processo.
Nesse sentido, o professor citou um software livre chamado Archivematica idealizado por Daniel Flores e que, diferentemente de outros software, se preocupa com a observância dos princípios arquivísticos, e dessa forma garante que a cadeia de custódia seja mantida.
O professor André alertou para o fato de que a análise tipológica é realizada sobre as séries documentais, diferentemente da análise diplomática que é realizada sobre um documento avulso. E destacou também a importância da análise do contexto arquivístico do documento, análise que descreve o motivo pelo qual o documento foi guardado e qual o valor de prova esse documento tem para o seu produtor arquivístico. Dessa forma, somente depois dessa análise é que podemos partir para a análise tipológica do documento.

- A discussão sobre o controle de vocabulário em cima dos elementos de análise Diplomática (espécie, formato, forma, gênero, etc).
Durante a discussão em aula o professor nos alertou quanto a utilização de vocabulário usado para definir os elementos de uma análise diplomática. Nosso grupo trabalhou com o elemento “denominação do documento” entretanto percebemos que fica melhor utilizar “título” e que esse elemento deve ser utilizando quando de fato se quer inseri-lo como um elemento. Outro elemento foi “denominação da espécie”, podemos utilizar apenas “espécie”. Foi esclarecido que o título do documento não é a melhor opção para denominar o documento, mas sim a espécie.
Observamos que o elemento espécie é aquele que define o documento, ou seja, apresenta “quem é o documento”, ele é o mais importante e deve ser o primeiro a ser analisado. O segundo elemento mais importante é o formato, que muitas vezes se confunde com a espécie documental, além disso, o professor explicou que a dimensão do documento é parte do formato. O terceiro campo seria o gênero. Em seguida os sinais de validação e os demais.
Em relação à espécie documental, discutimos a questão de ter sido considerada, no caso da imagem da embalagem da caixa de suco, a espécie como sendo fotografia; mas aprendemos que fotografia é uma técnica e não a espécie.
Na nossa análise consideramos apenas os gêneros textual e imagético, esquecemos do gênero publicitário.

- As questões probatórias em cima do documento, bem como a análise de conteúdo e função do mesmo.
O professor explicou que o fato de constar logomarcas de instituições num documento não quer dizer que elas podem ser consideradas, em absoluto, sinais de validação autênticos, pois logomarcas podem ser facilmente falsificadas, e já aprendemos que documentos falsificados, nunca serão considerados autênticos.

Um equívoco comum cometido pelos alunos é a tendência de confundir a análise do “conteúdo” com a análise da “função administrativa” do documento. Nesse sentido o prof. André destacou que na análise da imagem da embalagem da caixa de suco, tendemos a dar mais importância ao conteúdo da embalagem (marca do suco, suco de morango que tem uma foto de uma maça, ingredientes, etc), do que a função administrativa da imagem, que no caso, a imagem foi criada pelo professor André para ser utilizada em sala de aula como exemplo de um documento digital (destacando a utilização das informações contidas nos metadados para a análise diplomática e tipológica do documento).

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