Docs: Convencionais e Não-Convencionais

Durante a aula do dia 21 de Agosto, o professor expôs diversos objetos em dois ambientes diferentes e nos pediu que após a seleção de 4 objetos/documentos em cada uma das mesas, disséssemos qual a diplomática e a tipologia de cada um. A ideia é que coloquemos aqui os equívocos que cometemos e também a conclusão que tiramos da dinâmica em sala, afinal, foi a partir dela, que os conceitos estão sendo distinguidos e assimilados.     

Na primeira mesa, haviam documentos convencionais, quase todos em suporte papel e gênero textual, o que de fato é mais comum no dia a dia de um arquivista. De primeira impressão nos pareceu simples e então selecionamos os respectivos documentos: 

        - Ficha Individual de Adicional Noturno;
        - Guia prático de Classificação Indicativa;
        - Calendário; 
        - Requisição de cópias.
 

No caso da Ficha Individual e na Requisição de cópias, que diplomaticamente são formulários, de forma equivocada, julgamos que possuíam caráter tipológico, já que pensamos em suas funções futuras. Mas como dito pelo professor, como estavam em branco, não deveriam ser analisados tipologicamente. O Guia Prático, ao nosso ver, poderia servir como parâmetro e talvez por esse motivo haveria análise diplomática e tipológica, mas não sabíamos exatamente o porquê. E mais uma vez nos equivocamos, porque este documento, na verdade, faz parte do acervo da disciplina, pois fez parte do trabalho de grupos anteriores. No caso do Calendário, mais uma vez pecamos pelo excesso de tentar encontrar algo onde não existe. O calendário também pertencia ao professor, mas não tinha importância nenhuma nem para ele, nem para qualquer outro acervo, era apenas uma lembrança de um casamento. 

Na segunda mesa, haviam objetos como: garrafas, flâmulas, arganéis e lenços, todos pareciam relacionados ao tema de escotismo. De primeira impressão há um estranhamento, afinal, como encontrar um documento de arquivo em objetos peculiares como aqueles? Os objetos escolhidos foram:

         - Cartão de identificação dos escoteiros;
         - Flâmula;

         - Garrafa

         - Lenço de escoteiro (Zaraghata Grupo Escoteiro 31º DF) 

O cartão de identificação foi analisado por nós diplomática e tipologicamente. Em primeiro instante ele comprovaria a participação do dono no grupo de escotismo a qual pertence, por conter dados pessoais.Porém ele está no arquivo do professor como parte de uma coleção, então não poderia ser analisado tipologicamente. A flâmula tinha gênero textual com informações relacionadas a algum evento do escotismo e por isso analisamos que poderia ter tipologia por sinalizar ou marcar algo, mas segundo o professor, ela não possui caráter tipológico pois faz parte de objetos guardados por ele como lembrança de um evento. Já a garrafa continha um adesivo que cita o aniversário de cem anos do escotismo brasileiro, e por isso, julgamos que ela poderia ser tipologicamente analisada, já que poderia provar a participação neste evento. Entretanto o adesivo não fazia parte originalmente da garrafa, além de que ela em si não prova ou registra qualquer atividade. Por fim, analisamos que o lenço de escoteiro poderia ter tipologia já que faz parte do uniforme de um escoteiro, sendo sua marca registrada. Mas, por ser somente parte de uma coleção do professor, a análise tipológica seria errada.

Desta forma, com a atividade proposta, concluímos que para analisarmos um documento do ponto de vista tipológico e diplomático devemos conhecer o contexto no qual o documento está inserido e conhecer também a sua função. Afinal, sem isso, podemos selecionar e/ou descartar objetos valiosos dentro de uma realidade arquivística.